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OBJETIVOS DO TRATAMENTO

Reversibilidade da falência intestinal

O tratamento para Síndrome do Intestino Curto (SIC) tem como objetivos primários a manutenção de fluido, o equilíbrio de eletrólitos e nutrientes, bem como a minimização das complicações da doença.1

  • O principal objetivo do tratamento da SIC-FI é otimizar a absorção de nutrientes prejudicada na doença, promovendo a reabilitação intestinal e, também, diminuir o impacto da dependência da NPT.1
  • A reversibilidade e desmame da nutrição parenteral após 1 ou 2 anos pode ocorrer em 20 a 50% das pessoas com SIC-FI, dependendo das características subjacentes de sua doença.1
  • Uma FI crônica em pessoas com SIC-FI pode ser revertida pelo processo de adaptação e/ou pelos programas de reabilitação baseados na terapêutica cirúrgica ou clínica disponível.1

Transplante intestinal

  • Todos os pacientes com falência intestinal crônica devem ser tratados por equipes multidisciplinares dedicadas à reabilitação intestinal.2
  • No Brasil, o transplante intestinal é realizado apenas em alguns hospitais e é um procedimento que depende de autorização.3
  • Sob os cuidados dessas equipes, os pacientes devem ser considerados para transplante intestinal, no caso de doença hepática progressiva associada à insuficiência intestinal, perda progressiva do acesso venoso central e infecções repetidas associadas ao cateter venoso central, com risco de vida que requer cuidados intensivos.2

Avanços no tratamento da SIC-FI

  • Atualmente, observa-se mudanças e atualizações no manejo da FI, que melhoraram o prognóstico da síndrome do intestino curto associada.2
  • Entre estas, o estabelecimento de equipes multidisciplinares (gastroenterologistas, cirurgiões, nutricionistas, assistentes sociais e farmacêuticos) que proliferaram para gerenciar esse complexo ecossistema orgânico e que têm sido fundamentais na prestação de cuidados mais integrados aos pacientes.2
  • Outros exemplos são os procedimentos de reconstrução intestinal, que melhoram a função absortiva, as emulsões lipídicas intravenosas mais recentes e as modificações em seu uso para melhorar e aumentar a tolerância à NP, e o surgimento dos fatores de crescimento intestinal recentemente disponíveis, especificamente a teduglutida, que pode aumentar a adaptação intestinal.2
  • Além disso, a história natural da FI em diferentes populações de pacientes foi mais bem estratificada quanto aos fatores de risco para morbidade e mortalidade associadas à NPT de longo prazo.2

Referências

1. Pironi L et al. Clin Nutr. 2016;35(2):247–307. 2. Kaufman SS, Avitzur Y, Beath SV, Ceulemans LJ, Gondolesi GE, Mazariegos GV, Pironi L. New Insights Into the Indications for Intestinal Transplantation: Consensus in the Year 2019. Transplantation. 2020 May;104(5):937-946. 3. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.345, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2015/prt1345_23_12_2015.html.